Após uma análise da gestão municipal em Tucuruí, os conselheiros do
Conselho de Acompanhamento e Controle Social Sobre a Execução dos
Recursos do Fundeb, aprovaram por unanimidade a rejeição da prestação de
contas apresentadas pelo prefeito Sancler Ferreira (PPS), em função das
irregularidades comprovadas com a destinação e a utilização das verbas
do Fundo de Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) do
governo federal.
O gestor será obrigado a devolver em caráter de urgência aos
cofres públicos do governo federal o montante da diferença não repassada
aos profissionais do magistério em 2012, no total de R$ 4.463.078,68.
Outra decisão tomada pelos membros do conselho foi em função da não
apresentação dos comprovantes dos valores recolhidos dos funcionários e
da parte patronal ao INSS. Por essa irregularidade, o prefeito será
obrigado a devolver também aos cofres da municipalidade e do governo
federal os valores de R$ 10.536.629,59 desviados do bolso docontribuinte.
Segundo o presidente do Conselho, Nerivaldo Lopes de Oliveira,
desde junho de 2013 os conselheiros foram a favor da desaprovação das
contas apresentadas pelo gestor, depois da comprovação do desvio dos
recursos federais do Fundeb, além do não cumprimento com as
transferências dos valores ao INSS e da farra com o dinheiro público nas reformas inacabáveis dos prédios das escolas.
ENTENDA O CASO
Consta no relatório que a irregularidade mais gritante diz respeito ao
total do montante mínimo para o pagamento dos profissionais do
magistério, repassados pelo governo federal, de R$ 33.902.812,99, de
onde Sancler empregou apenas os valores de R$ 29.439.734,31, sendo
desviado do Fundeb, portanto, o valor de R$ 4.463.078,68.
Além disso, Sancler deixou de comprovar o recolhimento dos valores
descontados dos funcionários e de obrigação da prefeitura ao Instituto
Nacional de Seguridade Social (INSS). Com isso, os conselheiros também
denunciaram o desvio de R$ 10.573.629,59 dos cofres da prefeitura, já
que Sancler recolheu na fonte a folha de pagamento dos funcionários e
não repassou nenhuma parcela destes valores ao INSS.
No mesmo relatório, os conselheiros denunciam que, em função dos
péssimos serviços prestados pelas embarcações contratadas pela
prefeitura para o transporte dos alunos, deram parecer contrário ao pagamento destes serviços, que, segundo eles, colocam em risco a vida dos alunos, além dos valores estarem superfaturados.
Também foram denunciadas as inúmeras obras de reforma e ampliação das
escolas municipais em 2012, que não observaram ou atenderam a nenhum
critério estabelecido para medições e pagamentos dos serviços, e tão
pouco foi realizada a apresentação das planilhas de prestações de contas
aos conselheiros do Fundeb, sendo comprovados os pagamentos de serviços
inexistentes no local da obra.
Até o fechamento desta edição, a reportagem não conseguiu contato com o prefeito Sancler Ferreira.
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