segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Pacto Aécio-Campos emperra em 4 Estados


 NAMORO OU AMIZADE? Na metade dos Estados governados por PSDB ou PSB, as chances de aliança entre os dois partidos na disputa local são altas

FOLHA DE S.PAULO
DE SÃO PAULO


O pacto pré-eleitoral entre os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), simbolizado dias atrás pela foto da dupla num jantar na casa do socialista em Pernambuco, não encontra correspondência em quatro dos 14 Estados governados pelas duas siglas, e parece incerto em ao menos outros três.
Presidentes nacionais de seus partidos, Aécio e Campos firmaram um acordo de não agressão para a pré-campanha e combinaram concentrar suas artilharias contra o PT e a presidente Dilma Rousseff.
No universo dos 14 Estados governados por tucanos e socialistas, os maiores problemas para a reprodução do pacto estão no Amapá, no Ceará e no Espírito Santo, onde os governadores socialistas Camilo Capiberibe, Cid Gomes e Renato Casagrande, respectivamente, procuram manter proximidade com o governo petista e já deram declarações colocando em dúvida até mesmo a conveniência da candidatura Campos.
Dificuldade parecida ocorre em Goiás, onde o governador tucano Marconi Perillo deverá disputar a reeleição num embate difícil contra o empresário Vanderlan Cardoso, recém-filiado ao PSB.
Os Estados de acordo incerto são Minas Gerais e Tocantins, ambos governados pelo PSDB, e Paraíba, sob o PSB.
DISPOSIÇÃO
Em Minas, o problema é a falta de nomes dispostos ou viáveis de qualquer uma das duas siglas para concorrer à sucessão de Antônio Anastasia. O prefeito da capital, Márcio Lacerda (PSB), eleito com apoio de Aécio, seria a opção natural, mas diz não querer.
Em comum mesmo, só o interesse em impedir o sucesso do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), do PT.
No Tocantins a incógnita é ainda maior. Siqueira Campos, 85 anos, governador pela quarta vez e em condições de disputar a reeleição, até agora não deu qualquer sinal sobre 2014. O PSB, por sua vez, é pequeno -não tem nem sequer um deputado- e tem pouco a oferecer.
Na Paraíba, a situação depende da Justiça. Para poder concorrer, o tucano Cássio Cunha Lima espera um entendimento em relação à aplicação da Lei da Ficha Limpa. Se puder disputar, terá como rival o governador Ricardo Coutinho (PSB). Se não puder, há razoável chance de aliança.
DESEQUILÍBRIO
Outra dificuldade para reproduções regionais do pacto Aécio-Campos está na diferença de peso dos dois partidos em âmbito nacional.
No arranjo, o PSB entra sempre como o elo mais fraco: tem uma estrutura menor que a do PSDB, praticamente inexiste em muitas regiões do país e enfrenta contestações internas mais contundentes.
Além de ter dois governadores a menos que os tucanos no cômputo geral (8 a 6), o PSB administra os Estados menores e menos representativos do grupo dos 14.
Para piorar, os questionamentos dos governadores socialistas ocorrem justamente em dois de seus três Estados mais importantes: Ceará e Espírito Santo. Pernambuco, o maior Estado socialista, é governado pelo próprio Campos e tende a ser terreno fácil para uma aliança.
Líder do PSB na Câmara e presidente do partido no Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque busca minimizar as dificuldades. "O motor da eleição não são só os arranjos estaduais. Se tamanho [nos Estados] fosse documento, o PMDB ganharia todas as eleições presidenciais."
Para ele, o pacto nacional não implica uma adesão automática nos Estados. No próprio Rio Grande do Sul, a chance de uma aliança entre PSB e PSDB é zero.
O problema é que os socialistas não querem qualquer vínculo com a ex-governadora Yeda Crusius (PSDB), que deixou o cargo após várias denúncias. (RICARDO MENDONÇA, PAULO GAMA E DIÓGENES CAMPANHA)
Editoria de Arte/Folhapress
 
 

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