sexta-feira, 13 de setembro de 2013

JUSTIÇA VAI LIBERAR PRESOS DA DELEGACIA DE SOURE

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Os casos de crimes cometidos por populares na região de Soure, na ilha do Marajó, estão com sérias dificuldades para serem julgados pela Justiça. O problema todo está sendo causado pela ausência de uma representação do Ministério Público no município. Cerca de 29 presos de justiça aguardam por um encaminhamento de seus casos, para julgamento, mas com a falta do Promotor de Justiça as denuncias não podem ser formalizadas.
Na maioria dos casos os presos já estão encarcerados a meses sem que os inquéritos instaurados pela Policia Civil sejam apresentados como denuncia ao Juiz de Direito da Comarca de Soure, Dr. Antonio Carlos de Souza da Moitta Koury.
Parte dos detentos estão presos sob acusação de homicídio, tráfico de drogas, roubos e estupros. Segundo o Juiz, ao manter estes acusados encarcerados além dos prazos que determinam a Lei, ele estará incorrendo numa falha grave, até mesmo por que os advogados dos acusados já começaram a entrar com petições de soltura alegando o decurso de prazo para julgamento, e pedem que seus clientes respondam pelos crimes em liberdade.
Delegacia de Soure, onde os presos aguardam julgamento.

Delegacia de Soure, onde os presos aguardam julgamento.
Devido a esta situação, logo mais pela manhã, cerca de 25 presos deverão receber autorização de Justiça para responderem pelos delitos aos quais são acusados, em liberdade.
Segundo informações colhidas junto a equipe técnica do Ministério Público em Soure, onde apenas dois funcionários estão responsáveis pelo funcionamento da pequena sala anexa ao Forum de Justiça, o ultimo promotor que esteve no município foi Claudio Bueno, sua atividades encerraram-se em Soure no dia 16 de junho passado. Desde então, ninguém mais foi enviado para assumir a função, deixando pilhas de processos armazenados sobre as mesas e cadeiras, aguardando para serem apreciados e dado encaminhamento. Na verdade, cerca de 218 processos ou mais, estão encalhados aguardando procedimento pelo MP.
O Procurador Geral de Justiça, Marcos Antonio Ferreira, já foi provocado por diversas vezes, através de expediente encaminhado pelo Juiz de Soure, solicitando providencias imediatas. O primeiro deles é datado de 02 de julho passado. Porém, nenhuma resposta foi remetida ao magistrado.
Arilson Caetano, Superintendente de Policia Civil. Responsável pela guarda dos presos de justiça

Arilson Caetano, Superintendente de Policia Civil. Responsável pela guarda dos presos de justiça
A Promotora de Justiça de Salvaterra que poderia atender a demanda de Soure em caráter especial, também se afastou de suas funções por motivo de saúde desde o dia 08 de agosto. Assim, os dois municípios sofrem com a falta deste profissional que é imprescindível para os processos de justiça.
Rosana Cordovil Correia dos Santos, seria a Promotora Substituta anunciada para assumir em Soure, porém nenhuma portaria ainda sequer foi publicada e sua chegada, no município estaria prevista para a próxima segunda feira.
Em alguns casos os processos estouraram os prazos com a documentação toda sobre as mesas ou cadeiras da sala da promotoria de Justiça de Soure, sem que nenhuma providencia fosse tomada.
O Advogado Ricardo Correa, um dos profissionais do Direito que atua em Soure, disse já ter encaminhado denuncia da situação do município a Ordem dos Advogados do Brasil, sessão Pará, para que a Ouvidoria do Ministério Público seja comunicada, pois todos os profissionais envolvidos nas questões de Justiça sentem-se prejudicados com seus trabalhos, devido a falha que está ocorrendo. “Numa audiência que tivemos ontem, um dos inquéritos disse em alto e bom tom que a hora que ele saísse da cadeia iria atrás para matar seus desafetos e relacionou os nomes das suas pretensas vítimas” disse o advogado preocupado com a soltura dos presos que a Justiça está sendo forçada a fazer.
Adélio Mendes dos Santos, seria o Corregedor do Ministério Público no Estado. A ele estariam sendo encaminhadas as denuncias do caso de Soure para que sejam apuradas as responsabilidades. “O caos está instalado aqui” exclamou o Juiz de Soure Antonio Carlos Koury enquanto conversava com um dos advogados. Ele se referia a soltura dos presos que está sendo forçado a fazer, por falha do próprio sistema. O Magistrado é sabedor das dificuldades enfrentadas pelas policias civil e militar para conseguirem capturar a maioria dos elementos que estão presos sob acusação de delitos graves. Soltos, eles agora deverão voltar a atormentar a vida da comunidade sourense ao cometerem novos delitos de igual teor ou ainda mais graves.

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