quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Calamidade Pública é o motivo para os enterros clandestinos em Tucuruí

As imagens capturadas nesta terça-feira (03/09/2013), a população pode ter noção do que é enterrar seu ente querido em um local que não tem licença ambiental e nem autorização para sepultamentos, e agora com a desculpa de que o município atravessa uma Calamidade Pública, desde quando incompetência administrativa significa Calamidade Pública?






Foto: Wellington Hugles
Mesmo com as denúncias publicadas em edição anterior do Diário de Carajás, a Prefeitura Municipal de Tucuruí, contínua a autorizar os sepultamentos clandestinos no Cemitério Parque Tucuruí, localizado no Km 3 na Rodovia Transcametá.

Mesmo o prefeito Sancler Ferreira estando consciente das suas responsabilidades com a ação de liberação dos enterros em uma área que ainda tramita o pedido na Secretaria de Meio Ambiente do Pará, da licença ambiental e de utilização da área para servir como cemitério público.

A prefeitura vem diariamente dando condições para que as famílias enterrem seus entes queridos em um cemitério que está em construção há três anos, e o que é mais grave, não possui autorização legal e de direito para os enterros, colocando as famílias em uma situação de grande constrangimento, haja vista, não ter na cidade nenhum outro cemitério público que esteja em condições para absorver os sepultamentos, sendo necessário que os cadáveres sejam enterrados em uma área de litígio.

É fato, que a maior problemática na área do novo cemitério é com a ação do tempo, com isso, a possibilidade da contaminação dos mananciais, que ficam ao redor de toda a área, inclusive, é fato que pode ser observado a “olho nu”, que no projeto original teria que ter uma proteção de concreto nos jazigos, mas, o que se observa e que os féretros estão sendo enterrados na “flor da terra”, e a desculpa de que a área e formada por pedras, e impossível à existência, haja vista, o local esta servindo de retiradas de aterro pela própria prefeitura, e se houvesse pedras nunca seria possível a retira deste material, muito menos sabendo que a 100 m antes do cemitério existe um manancial na entrada da área com olho d’água.

Outra mostra da ação desenfreada dos discernimentos contra o meio ambiente, são as valetas de escoamento das águas, todas são canalizadas ao igarapé do Km 4, nascente do Igarapé Santos que abastece a cidade com água potável.

Nesta terça-feira (3), se registrou o oitavo sepultamento irregular, os familiares estão acompanhando os sepultamentos, mesmo observando que no local esmo, não se tem a mínima estrutura de um Cemitério Parque.

Segundo a prefeitura no caso de calamidades públicas o município lança mão para realizar os sepultamentos, mas, neste caso nunca seria uma calamidade pública e sim a falta de governo, isso porque uma obra que séria construída em seis meses já ultrapassou três anos e até o momento nada foi finalizado, nem mesmo a licença ambiental foi expedida.

Os coveiros não param na ação de abertura das covas, e no sepultamento dos mortos.

Até o momento nem o Ministério Público do Estado, Câmara Municipal de Vereadores e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente não tomaram nenhuma providência no sentido de coibir os sepultamentos clandestinos com a sua interdição imediata, até a finalização dos estudos e a liberação da Licença Ambiental, com isso, garantindo maior tranquilidade a população que não estarão expostas ao risco de no futuro próximo, estarem consumindo água em suas torneiras com contaminação com necrochorume.

Os cemitérios, como qualquer outra instalação que afete as condições naturais do solo e das águas subterrâneas, são classificados como atividade com risco de contaminação ambiental.

A razão disso é que o solo em que estão instalados funciona como um filtro das impurezas depositadas sobre ele.

O processo de decomposição de corpos libera diversos metais que formam o organismo humano, sem falar nos diferentes utensílios que acompanham o corpo e o caixão em que ele é sepultado.
O principal contaminante na decomposição dos corpos é um líquido conhecido como necrochorume.

Áreas ocupadas por cemitérios exigem a necessidade de monitoramento contínuo do solo, águas, superficiais e subsuperficiais, levando em conta que essas unidades são sempre fontes potenciais significativas de contaminação.

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