quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Royalties de exploração do petróleo,entenda por que é mais justo dividir

    
A presidente Dilma Rousseff tem até sexta-feira para sancionar ou vetar o projeto de lei, aprovado pelo Congresso Nacional, que distribui de maneira mais igualitária os royalties de exploração do petróleo. Se sancionada, a medida destinará cerca de R$ 380 milhões ao Ceará em 2013 – R$ 356 milhões a mais que em 2011. Fortaleza receberia R$ 55 milhões, com R$ 276 milhões para todos os municípios cearenses – R$ 192 milhões a mais que o montante repassado às prefeituras no ano passado.



 A sanção presidencial vai de encontro ao posicionamento do Rio de Janeiro, maior produtor nacional de petróleo, para onde vão cerca de 80% de todos os royalties destinados aos estados, que correspondeu a um total de R$ 8,5 bilhões em 2011. O Estado decretou ponto facultativo na última segunda-feira, quando levou a população às ruas no movimento “Veta, Dilma”, uma referência à manutenção de sua participação na distribuição das riquezas do petróleo. Com ele, São Paulo e Espírito Santo também se articulam pelo veto.

Bruno Iughetti, consultor da área de petróleo e gás, explica que a maior parte do petróleo explorado no Brasil está em mar, a quilômetros de distância da costa e em altas profundidades, área que pertence à União. “Isso está dentro do continente brasileiro, estando nele, a divisão equânime é mais do que justa. O Rio de Janeiro está no direito de reivindicar, mas não estão no direito socioeconômico de exigir”, afirma.
 
Investimento nacional
Conforme explica o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), a divisão igualitária é a mais justa por se tratar de um investimento nacional. “Quando se descobriu pré-sal, por exemplo, lá em 2009, o Brasil inteiro fez aporte de R$ 50 bilhões na Petrobras, não foi só o Rio de Janeiro”. Ele explica que as atividades também são geridas por órgãos federais, com o processo licitatório e possíveis danos ambientais controlados pelo Ibama. Segundo o senador, a partilha das riquezas do petróleo é uma chance para redução das desigualdades sociais no País. 

O consultor Bruno Iughetti concorda: “Tem estado pobre que não tem direito a nada porque não tem mar, ou porque está não tem jazidas, isso não é justo”, diz. Sobre a possibilidade de engessamento dos royalties para educação – proposta que pode acompanhar o veto da presidente – ele não acredita ser um bom projeto. “Cada estado sabe a necessidade que tem. E essa necessidade pode mudar em alguns anos”.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

A partilha dos royalties está polarizada entre os estados que querem a sanção presidencial e aqueles que defendem a sanção da partilha mais igualitária. Também está em debate o engessamento dessa riqueza para áreas determinadas.

SERVIÇO

Íntegra do Projeto de partilha dos royalties (Projeto de Lei do Senado - PLS 2565/2011)
Onde: http://bit.ly/QoHVsW

Nathália Bernardo

MAIORES INFORMAÇÕES AQUI.

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