BOA VISTA - Apaixonado pela Amazônia, o paulistano Adriano Bezerra de Sousa se instalou em Caracaraí (a 120 Km da capital de Roraima), e foi na região que o inventor concretizou o projeto idealizado há 18 anos: reaproveitar os rejeitos da lata de alumínio. Assim surgiu, os ‘Móveis Ecológicos da Amazônia’, com o objetivo de oferecer sustentabilidade e preservação ao meio ambiente. A associação das latas de alumínio a outros materiais como madeira, vidro, espuma e tecido dão um toque moderno as mesas e cadeiras.
Segundo ele, a ideia foi idealizada em 1995, durante as feiras de invenções de São Paulo. O inventor e artesão, tinha uma casa de festas, o que o incentivou ainda mais a encontrar uma forma ecologicamente correta de reciclar as latas de alumínio que sobravam no local.
Bezerra explica que o projeto surgiu da necessidade de buscar alternativas para o reaproveitamento de materiais recicláveis, utilizando-as na fabricação de móveis e utilitários sem que elas passassem pelo processo de derretimento, que é prejudicial ao meio ambiente.
Inclusão social
A produção dos móveis contribui para a inclusão social e geração de renda na comunidade de Caracaraí. Atualmente, a fabricação dos móveis é realizada na casa de Adriano Bezerra. A pequena fábrica importa latas de alumínio de catadores de Boa Vista e emprega seis pessoas.
Bezerra explica que a fabricação é artesanal, mas realizada em uma linha de produção. “Dividimos o trabalho em três setores de produção: o primeiro vai desde o corte das latas até a esterilização do material; o segundo consiste na montagem e estocagem dos quadrados e colunas de acordo com os tamanhos e, o terceiro é a montagem de produtos de acordo com os modelos”, detalhou.
Um princípio geométrico feito com tampas de latas e arames galvanizados possibilita a montagem dos móveis. “Isso só é possível devido ao formato de cone das tampas das latas de alumínio”, destacou o inventor.
Os móveis, divididos em oito modelos de utilidade, receberam nomes de atrações turísticas de Roraima. Mesas ‘Serra Grande”, “Ilha do Jaru” e “Pedra pintada”, cestas de lixo Viruá, raque Monte Roraima são alguns dos nomes escolhidos pelo artista. “Além de promoverem a sustentabilidade, os móveis divulgam as nossas riquezas naturais”, destacou Bezerra.
Fábrica de móveis
Com 600 peças cujos preços variam de R$ 250 a R$ 1,2 mil, mais de dez participações em feiras de exposição e divulgação no Rio + 20, Adriano quer implantar a primeira fábrica de móveis de alumínio ecologicamente correta do mundo.
Segundo ele, o apoio do Ministério da Cultura através do Micro Projetos da Amazônia Legal, foi essencial para dar início ao projeto. “Agora, um financiamento que está prestes a ser aprovado, vai contribuir para a implantação de uma melhor estrutura para a fábrica”, analisou.
FONTE: PORTAL AMAZÔNIA.
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