A declaração do presidente do partido, Michel Temer, tem por base o fato do PMDB reunir o maior número de políticos eleitos
O vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer,
comanda um verdadeiro império político. Além de seu cargo, o partido
acumula a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, e, por
consequência, preside o Congresso Nacional. Também reúne o maior número
de prefeitos, vereadores, deputados estaduais e senadores. E, na Câmara,
só fica atrás do Partido dos Trabalhadores (PT).
Com base nesse cacife, Temer, em entrevista exclusiva ao Brasil
Econômico, fez uma declaração de força: "Quem dá o tom da política no
país é o PMDB. Não é sem razão que muitos querem o PMDB". Para não
deixar qualquer dúvida, o vice-presidente constata que "se o PMDB não dá
apoio a um projeto, o projeto não sai". Apesar do poder e da enorme
estrutura, o partido repetirá a dobradinha Dilma-Temer na reeleição.
Mas, em 2018, o ciclo da parceria política com o PT deve se encerrar.
"Vamos nos preparar e aí, sim, lançaremos um candidato próprio", promete
Michel Temer.
Como o senhor avalia o cenário eleitoral que já se desenha?
Em primeiro lugar quero registrar que se antecipou por demais a
campanha. O correto seria que ela se desenvolvesse a partir do ano que
vem. Legalmente, deveria ser a partir de junho e, politicamente, a
partir de fevereiro ou março. Essa antecipação não é útil. Ela até
consegue pré-desenhar o cenário eleitoral, mas não consegue defini-lo.
Neste pré-desenho já há candidatos formados. O problema é que tudo o que
se passa agora tem em vista a campanha eleitoral do ano que vem e isso
não é útil.
O senhor é candidato à reeleição como vice?
Isso vai se definir no ano que vem. Mas é evidente que se nós olharmos o
histórico das candidaturas, na reeleição, a tendência é se repetir a
chapa.
Por que o PMDB, partido fortíssimo, não lança uma candidatura própria à presidência?
Concordo com a premissa de que o PMDB tem muito poder político, na
medida em que tem a presidência da Câmara; a presidência do Senado; a
vice-presidência da República; tem o maior número de prefeitos, de
vereadores, de deputados estaduais. Tem o maior número de senadores e
quase o maior número de deputados federais. Tem o poder político muito
acentuado. Quem dá o tom da política no país é o PMDB. Não é sem razão
que muitos querem o PMDB. Mas nós não nos preparamos para ter uma
candidatura. Veja o caso do Ulysses (Guimarães, candidato a presidente
em 1989 pelo PMDB). Ele foi o homem que reconstruiu o Estado brasileiro.
Foi uma grande figura e teve 4% dos votos. Uma candidatura precisa ser
bem preparada. No caso de 2014, vamos repetir a mesma parceria com o PT e
vamos nos preparar para 2018 e aí, sim, lançaremos um candidato.
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