Extra-extra: Equatorial compra Celpa por 1 real
Há 90 anos o rádio no Brasil assume o seu lugar cativo, não sai de moda entre todas as classes. As ondas, frequências moduladas ou amplitudes moduladas atravessam esse Brasil, piçarras, florestas, rios, asflatos, morros, avenidas, produzindo e levando alegria, música, notícias, sotaques a milhões de pessoas.
Além do infalível radinho de pilha e das mais modernas versões do aparelho portátil ou mini-aparelhagens, as rádios comunitárias é que simbolizam o significado mais emblemático das lutas sociais pela democratização da comunicação no país, especificamente representada pela luta pela legalização das rádios comunitárias. A lei - Radcom 1993 - é apenas um instrumento dessa luta cotidiana em todas as regiões e fronteiras desse país.
Extra-extra: Equatorial compra Celpa a 1 real
Não queríamos ter ouvido essa notícia da mais descarada consequência de privataria - Tucana- de que se tem notícia no setor energético no país.
Mas, para evitar a falência da Celpa, a Equatorial Energia fechou contrato para a compra da distribuidora paraense de energia.
A Equatorial adquiriu a distribuidora do Grupo Rede Energia por 1 real, assumindo 39,1 milhões de ações de emissão da Celpa.
A Celpa estava em processo de recuperação judicial e era a única das nove distribuidoras de energia do Grupo Rede sem intervenção pelo governo.
Vamos relembrar a locução de alguns resumos dos capítulos dessa novela:
Caso Celpa
Loc- A Justiça fala em três bilhões de reais, o mercado fala em quatro bilhões de reais em dívidas da Celpa, concessionária que em maio deste ano solicitou o pedido de recuperação judicial. De lá até o mês atual, as negociações entre a empresa do grupo Rede e possíveis investidores não foram fechadas com regras claras e deferidas pela Aneel.
Loc- A Celpa, empresa de concessão pública (gerenciadora de bem público) foi privatizada pelo PSDB em 1998, vendida pelo valor de 450 milhões de reais. E durante todos esses anos as taxas mínimas de lucros não ficaram no Pará, para investimentos na qualidade dos serviços de distribuição (ampliação da rede de abastecimento, tecnologias etc.). Cerca de dois mil trabalhadores foram demitidos, e em 12 anos a terceirização dos serviços foi triplicada.
Loc- Os dividendos foram repassados a empresas do grupo fora do estado, e somente pouco mais da metade acumulado dos recursos foram empregados em investimentos como determina a Agência reguladora do setor, cerca de 280 milhões, quando deveriam ter sido investidos 660 milhões de reais.
Loc- Com uma perda judicial em 2004 no valor de 370 milhões de reais, a empresa emprestava de outras empresas do grupo e a dívida foi aumentando, e os tributos também foram sendo calotados, chegando em 2006 a cerca de 415 milhões de reais.
Loc- Para evitar a falência, o pedido de recuperação judicial, em 2011, evidenciou o alto valor das dívidas, e ao mesmo tempo da má gestão do bem público, tornando-se a pior distribuidora de energia no ranking nacional.
Loc- O deputado Puty desde o início do processo, junto ao Ministério Público Estadual e Federal, briga para manter transparente a apuração das causas de insolvência financeira da Celpa. O deputado solicitou audiências públicas, para cobrar da Aneel esclarecimentos sobre a fiscalização dos processos de negociação e repactuação das dívidas, que envolvem um bem público e cobrar a melhoria na qualidade dos serviços.
Loc-Em meio a esse processo, o aumento da tarifa foi autorizado pela justiça. Esse aumento de 12,7% foi uma moeda na negociação entre a Celpa e possíveis investidores. Aumento esse que vai à contramão das políticas do setor, quando o governo propõe uma política de diminuição dos tributos, o que prevê uma diminuição de 16,2% nas tarifas de todo país até 2013, e faz uma projeção de exclusão de mais taxas (PIS, COFINS).
Nenhum comentário:
Postar um comentário